Cabeleireiro diz que não contrata “preto, petista e viado”
Em áudio vazado, as declarações do empresário causaram indignação nas redes sociais
Com informações revistaforum.com
O cabeleireiro Diego Beserra pode responder, a princípio, a pelo menos dois crimes | Reprodução/ Instagram
Um proprietário de um salão de beleza, localizado no bairro de Perdizes, em São Paulo, “resolveu ficar famoso” e escolheu a pior forma possível. Diego Beserra (grafia assim com “s”) vem causando indignação nas redes sociais após fazer uma declaração polêmica e preconceituosa sobre como faz para contratar profissionais para seu salão.
Em áudio vazado, Diego dá um show de preconceitos ao firmar que não contrata “gordo, preto, petista e viado” para o seu estúdio. A informação foi divulgada pelos Jornalistas Livres.
“Cara, eu coloquei uma regra pra mim. Eu não contrato gordo, eu não contrato petista e eu não contrato preto, você está entendendo? Mas no caso do preto porque alguns se fazem de vítimas da sociedade. A mulher tem duas coisas, mano: gorda e preta. Ela não cuida nem do próprio corpo, mano. Como vai ter responsabilidade na vida. Não tem”, diz o cabeleireiro em áudio divulgado pelo portal Jornalistas Livres.
“A partir do dia que o Rodrigo virou pra mim e falou assim: ‘Você está me escravizando, tô cansado de ser escravo’, ele é tipo moreno e eu já tive outro auxiliar também negro, tive problema. Então, não me interprete mal, mas essa é a minha linha de raciocínio hoje”, continua ele.
“Às vezes as mina que usa cabelo curto é feminista. A gente não sabe, mano. Eu não sei, não tô generalizando falando que todas são. Mas tem uma grande probabilidade de ser feminista. Feminista é um saco, mano. Você não pode falar nada. Esqueci de falar. Não contrato mais viado, principalmente viado. Não contrato mais. Só se a pessoa estiver mentindo”, finaliza Diego.
OUÇA O ÁUDIO:
A declaração faz parte do áudio enviado ao também cabeleireiro, Jeferson Dornelas, que registrou Boletim de Ocorrência. O ativista de direitos humanos, Antonio Isupério, ingressou a denúncia junto ao Ministério Público (MP). No processo, também foram acrescentadas os crimes de racismo, lgbtfobia e misoginia. Até o momento, Diego Beserra não comentou sobre o áudio.
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