BOMBA- PF faz buscas contra militares ligados a Bolsonaro suspeitos de vender, ilegalmente, presentes oficiais.
Alvos incluem ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Barbosa Cid, e o pai dele, Mauro César Cid. PF cita possíveis crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Por Márcio Falcão, Isabela Camargo, Daniela Lima, Camila Bomfim, Andréia Sadi, Bruno Tavares, Natuza Nery, César Tralli e Mateus Rodrigues, GloboNews, TV Globo e g1 — Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro
Equipes da Polícia Federal fazem buscas nesta sexta-feira (11) em uma operação sobre a suposta tentativa, capitaneada por militares ligados ao então presidente Jair Bolsonaro, de vender ilegalmente presentes dados ao governo por delegações estrangeiras.
Segundo a TV Globo e a GloboNews apuraram, há pelo menos quatro alvos:
- o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel do Exército Mauro Barbosa Cid;
- o pai dele, o general do Exército Mauro César Lorena Cid;
- o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente do Exército Osmar Crivelatti;
- o advogado Frederick Wassef, que já defendeu Bolsonaro e familiares em diversos processos na Justiça.
Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no inquérito que investiga as ações de uma suposta milícia digital que atua contra a democracia.
A operação foi batizada “Lucas 12:2”, em alusão ao versículo da Bíblia que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.
Segundo a TV Globo e a GloboNews apuraram, há mandados sendo cumpridos em Brasília, São Paulo e Niterói (RJ).
“Há muitos estudos que mostram que compra e venda de joias é um caminho clássico de corrupção e lavagem de dinheiro. Muitos veem como um crime ‘seguro’, que ficará escondido para sempre. Por isso, é essencial sempre investigar o assunto, quando há indícios de ilegalidades”, escreveu o ministro da Justiça, Flávio Dino, em uma rede social.
Pai de Mauro Cid teria negociado joias
Mauro César Lorena Cid é general do Exército e foi colega de Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), nos anos 1970.
Durante o governo Bolsonaro, o militar ocupou cargo federal em Miami ligado à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
Segundo as investigações, o general era o responsável por negociar as joias e os demais bens nos EUA – inclusive recebia os valores em sua conta bancária.
A Polícia Federal brasileira já pediu um acordo de cooperação internacional com os Estados Unidos para quebrar o sigilo dessa conta.
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