Movimento sem terra ocupa sede do Incra em Alagoas contra nomeação de indicado de Lira
De acordo com o MST, a nomeação de Junior Rodrigues no último dia 24 “representa a continuidade da gestão com traços do bolsonarismo
Da Redação do 92amz/Com Informações de Folhapress e Heloisa Villela/ICL
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O MST (Movimento dos Sem Terra) e outros movimentos sociais ocuparam nesta segunda-feira (29) a sede do Incra em Alagoas como forma de protesto contra a nomeação do indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para a superintendência do órgão no estado.
O movimento afirmou, em nota, que o escolhido, Junior Rodrigues do Nascimento, “representa a continuidade da gestão com traços do bolsonarismo”.
Nascimento foi nomeado no lugar de Wilson César de Lira Santos, primo do presidente da Câmara, exonerado no último dia 16. A saída foi fonte de um mal-estar com o governo. A solução foi Lira indicar um novo nome, o que, para o governo, tornou o caso “superado”.
A ocupação mobiliza cerca de 400 ativistas, que ocuparam os três andares onde funciona o Incra-AL e também a calçada à frente do edifício. Os manifestantes dizem que ontem permitiram o funcionamento da repartição mas que hoje o objetivo é que nadafuncione. Está prevista uma reunião remota com representantes do governo federal, em Brasília, para discutir as reivindicações do grupo. A principal delas é a troca do superintendente indicado por Lira.
O Incra informou apenas que a manifestação “não interferiu no expediente normal do órgão, tampouco no atendimento ao público”.
Além do MST, participaram da ocupação a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento Social de Luta (MSL), o Movimento Popular de Luta (MPL), o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento Terra Livre, a Frente Nacional de Luta (FNL).
O MST afirma que havia um acordo entre entidade e o Ministério de Desenvolvimento Agrário de que o substituto do primo de Lira seria o servidor de carreira do instituto José Ubiratan. A entidade afirma que os movimentos pelo direito à terra foram “surpreendidos com a nova indicação de Lira para a condução do órgão mais uma vez”.
“Segundo os movimentos, a nomeação de Junior acende mais uma luz amarela na condução da política agrária em Alagoas que tem sua cadeira rifada aos interesses individuais em virtude das necessidades coletivas das comunidades e organizações camponesas no estado”, afirma a nota do MST.
MST: pedido de troca de comando
Semana passada, o governo Lula (PT) nomeou Nascimento para a superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Até assumir o cargo, Nascimento comandava a Naturagro, uma ONG que prestava assistência técnica para o Incra no estado.
A Naturagro já firmou acordo de cooperação técnica com o Incra de Alagoas neste ano. O termo foi acertado entre Nascimento e o primo de Lira.
O MST pedia a troca do primo de Lira desde o início do governo Lula. Em abril do ano passado, uniu-se a outros seis movimentos sociais campesinos para invadir a sede do Incra em Maceió e pedir a mudança, que gerou irritação de Lira em meio a disputas entre os Poderes.
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