
Diálogos sobre CPI contra Moraes é encontrado no celular de Bolsonaro, diz jornal
Celular do ex-presidente foi apreendido em 3 de maio de 2023, na operação que investigou fraudes em certificados de vacinas

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Mensagens extraídas do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apreendido pela Polícia Federal (PF) em maio de 2023, revelam os bastidores de sua articulação política com o Congresso após deixar o cargo. Em diálogos, o ex-presidente articulou votos para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e a derrubada do projeto de lei das fake news na Câmara dos Deputados. A informação foi divulgada inicialmente pelo jornalista Aguirre Talento, do “Estadão”.
O celular do ex-presidente foi apreendido em 3 de maio de 2023, na operação que investigou fraudes em certificados de vacinas. Ao todo, a PF encontrou 7.268 arquivos, que incluem conversas de WhatsApp, documentos, áudios e vídeos, no aparelho.
A maior parte dos diálogos acessados pela PF, porém, estava restrita a um período de uma semana antes do aparelho celular ter sido apreendido. Conversas anteriores a essa data foram apagadas e não foram recuperadas.
Bolsonaro orientou Hélio Lopes a assinar CPI contra STF
Em um dos diálogos revelados pelo “Estadão”, Bolsonaro orientou o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ) a assinar um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e outros integrantes da Corte. Lopes procurou Bolsonaro, em mensagem de áudio enviada no dia 26 de abril de 2023, e pediu uma orientação sobre seu posicionamento.
A CPI foi proposta em 2022 pelo deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS). Os áudios revelam uma tentativa de deputados bolsonaristas de ressuscitar a proposta e colher assinaturas, mas até hoje a comissão não saiu do papel.
“Boa noite, presidente. A galera tá me pressionando aí porque Eduardo, todo mundo assinou essa CPI de abuso de autoridade do TSE e do STF e eu não assinei até agora porque… eu não queria entrar nessa bola dividida, com medo de prejudicar até o senhor mesmo nas decisões lá. O que o senhor acha aí mais ou menos?”, disse Hélio. Bolsonaro respondeu: “Eu assinaria. Sempre existe a possibilidade de retaliações”. Depois disso, Hélio Lopes afirma: “Já assinei”.

Bolsonaro articulou derrubada do PL das Fake News
Em outro diálogo, também de 2023, Bolsonaro também orientou seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a articular a derrota do PL das Fake News. A proposta foi apelidada pelos bolsonaristas de PL da Censura e acabou sendo enterrada pelo então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Na conversa com Eduardo, em 2 de maio de 2023, Bolsonaro disse a seu filho que o projeto deveria ser levado à votação no plenário naquele dia. A expectativa dos bolsonaristas era de que houvesse votos suficientes para rejeitar a proposta. Às 19h39 daquele dia, Eduardo enviou uma mensagem a Jair: “Orlando Silva acabou de pedir para retirar de pauta o PL 2630”. O pai respondeu em seguida: “Tem que votar hoje”. “Manifestei pela votação hoje, como líder da minoria”, disse Eduardo.
PF encontra diálogos sobre CPI contra Moraes e PL das Fake News no celular de Bolsonaro
Ex-embaixador de Israel ofereceu viagem ao país com tudo pago
Em outro diálogo, o ex-embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, se ofereceu para bancar uma viagem de Jair Bolsonaro ao país em 2023. A conversa ocorreu dias antes de Bolsonaro ter sido alvo de operação da Polícia Federal por suspeita de fraudes em certificados de vacina.
As mensagens mostram que o ex-embaixador de Israel manteve contato com o ex-presidente mesmo após ter deixado o posto – ele atualmente está nos Emirados Árabes Unidos. Em 26 de abril de 2023, Shelley enviou a Bolsonaro um vídeo e imagens de uma inovação tecnológica de Israel, um tipo de carne produzido em uma impressora 3D.

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Shelley faz um convite ao ex-presidente brasileiro. “Obrigado. Vou falar com ele amanhã. Como vc está? Vem nos visitar?”. Em seguida, ele diz que bancaria a viagem, sem explicar de onde sairiam os recursos – além de ser embaixador, ele também tinha atuação em Israel como empresário. “Vou cuidar de você 14 semanas em Israel, vou pagar o custo de sua presença, hotel e tal por 3 pessoas se vc quiser”. Minutos depois, Shelley corrige o período de 14 semanas, indicando ter se confundido. “14 dias”.
Diálogos com o agro
Os diálogos de Bolsonaro no início de 2023 mostram sua preocupação em manter o apoio do agronegócio à sua figura, mesmo com o início do governo Lula. Em uma lista de transmissão do seu WhatsApp, na qual ele disparava mensagens para um grupo de contatos que incluía deputados e outros aliados, Bolsonaro compartilhou notícias sobre a demarcação de terras indígenas e invasão de fazendas pelo MST no governo Lula. O tema também foi debatido em uma conversa do ex-presidente com seu ex-ministro e ex-candidato a vice, o general Walter Braga Netto.
Bolsonaro contou, em mensagens de WhatsApp enviadas a aliados, que um empresário lhe cedeu sua fazenda durante a viagem a Ribeirão Preto para participar da Agrishow, feira de tecnologia e agronegócio realizada em 2023. Tratava-se de Paulo Junqueira, que presidiu o Sindicato Rural da cidade e que chegou a ser citado nas investigações da Polícia Federal sobre o ex-presidente.
Mensagens interceptadas pela PF indicaram que Junqueira enviou dinheiro vivo para bancar a estadia de Bolsonaro nos Estados Unidos no início de 2023. A informação ainda está sob apuração.
As conversas do WhatsApp do ex-presidente também indicam que Jair Bolsonaro foi orientado a adotar um tom mais cauteloso com a divulgação de notícias falsas após ter se tornado alvo de investigações da Polícia Federal por causa disso.
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