Eleições 2026: Disputa pelo Senado no Amazonas promete embate entre tradição e renovação
Eduardo Braga lidera cenários, enquanto Wilson Lima, Alberto Neto e Marcelo Ramos travam corrida acirrada pela segunda vaga
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Por Luiz Reis
Uma análise exclusiva do portal 92amz lança luz sobre o atual cenário político amazonense.
A corrida pelo Senado em 2026 se desenha como uma das mais acirradas da história recente do estado. Com duas vagas em disputa, nomes de peso já movimentam os bastidores: Eduardo Braga (MDB), Wilson Lima (União Brasil), Capitão Alberto Neto (PL), Marcelo Ramos (PT) e Plínio Valério (PSDB).
As primeiras pesquisas e avaliações de bastidores revelam um quadro em que tradição, experiência e renovação se cruzam, refletindo a divisão e a complexidade do eleitorado amazonense. Confira Abaixo.
Braga mantém favoritismo e mira reeleição
O senador Eduardo Braga, ex-governador e líder do MDB no estado, surge como o nome mais sólido na disputa. Amparado por uma base interiorana consolidada e por forte estrutura partidária, Braga aparece em todas as sondagens com índices que variam entre 24% e 30% das intenções de voto, suficientes para garantir uma das vagas.
Com o discurso de experiência e “trabalho comprovado”, ele tenta se manter como figura de equilíbrio em meio à polarização política que marca o país.
“O eleitor do interior reconhece a capacidade de articulação e os resultados entregues por Braga em Brasília”, avalia o analista político João Evangelista ouvido pela reportagem.
Alinhado ao bolsonarismo e com forte presença nas redes sociais, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) desponta como o principal concorrente pela segunda vaga.
Com 18% a 25% das intenções de voto, o parlamentar é forte especialmente na capital, onde o discurso de segurança pública e valores conservadores tem ampla ressonância.
A candidatura deve contar com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e da base evangélica, o que pode impulsionar Neto a uma disputa direta com Braga — especialmente se a polarização nacional se repetir no Amazonas.
Wilson Lima busca espaço e aposta no recall de governador
O governador Wilson Lima (União Brasil) é apontado como o “fator de imprevisibilidade” da eleição. Apesar de ainda não confirmar oficialmente a candidatura, sua eventual entrada na disputa ao Senado pode alterar todo o cenário.
Nas pesquisas, Wilson aparece com 15% a 20% das intenções de voto, mantendo índices fortes em Manaus e em municípios onde entregou obras e programas sociais.
Caso renuncie ao governo para concorrer, Lima levaria consigo o peso da máquina estadual e poderia empatar com Alberto Neto pela segunda vaga.
Contudo, o desgaste natural de dois mandatos e críticas à gestão na área da saúde podem limitar seu crescimento.
Marcelo Ramos tenta renascer politicamente com apoio de Lula
Fora da Câmara desde 2022, Marcelo Ramos (PT) tenta reconstruir sua imagem e surge como aposta do campo progressista para o Senado.
Com 10% a 15% das intenções de voto, ele aposta no apoio do presidente Lula e na base petista consolidada na capital.
Ramos tem defendido um discurso de centro-esquerda, propondo uma “renovação responsável”, capaz de unir o eleitorado crítico à velha política, mas distante da extrema direita.
“O eleitorado amazonense ainda se lembra do Marcelo moderado, articulador, que foi vice-presidente da Câmara. Se ele conseguir recuperar essa imagem, pode surpreender”, analisa o cientista político Osmando Torres.
Plínio Valério corre por fora e tenta sobreviver
O senador Plínio Valério (PSDB) enfrenta o desafio de manter relevância em um cenário de forte fragmentação à direita.
Com índices entre 7% e 12%, ele aposta na bandeira da ética e da independência, mas vê parte de seu eleitorado migrar para Alberto Neto e Wilson Lima.
O isolamento partidário e a perda de apoio de lideranças municipais dificultam sua reeleição, embora seu discurso combativo ainda tenha ressonância entre eleitores mais conservadores.
Cenários projetados
| Cenário | Vaga 1 | Vaga 2 | Destaque |
|---|---|---|---|
| Base (mais provável) | Eduardo Braga (MDB) | Capitão Alberto Neto (PL) | Polarização entre experiência e direita bolsonarista |
| Wilson forte | Eduardo Braga (MDB) | Wilson Lima (União) | Governador entra competitivo e ameaça Neto |
| Reviravolta | Eduardo Braga (MDB) | Marcelo Ramos (PT) ou Alberto Neto (PL) | Renovação e alianças nacionais podem mexer no tabuleiro |
Análise numérica (projeção novembro/2025)
| Candidato | Intenção estimada | Potencial de crescimento | Rejeição | Chance de conquistar vaga |
|---|---|---|---|---|
| Eduardo Braga (MDB) | 28% | Médio | 18% | 🟩 Alta (80%) |
| Capitão Alberto Neto (PL) | 22% | Médio | 20% | 🟩 Média-alta (65%) |
| Wilson Lima (União) | 18% | Alta | 25% | 🟨 Média (50%) |
| Marcelo Ramos (PT) | 13% | Alta | 21% | 🟨 Baixa-média (30%) |
| Plínio Valério (PSDB) | 8% | Baixa | 27% | 🟥 Baixa (15%) |
Capital x Interior: o mapa da disputa
O Amazonas se divide politicamente. Braga domina o interior com apoio de prefeitos e vereadores. Alberto Neto tem força em Manaus, com o voto de opinião e o engajamento digital.
Wilson Lima tenta equilibrar os dois polos, enquanto Marcelo Ramos concentra sua aposta no eleitor urbano.
O interior deve novamente definir a eleição, como ocorreu em 2014 e 2018, quando a mobilização de lideranças municipais foi determinante.
Retrato de uma disputa aberta
A corrida ao Senado em 2026 mistura passado e futuro da política amazonense. Eduardo Braga chega como favorito absoluto, com larga vantagem e base consolidada. Capitão Alberto Neto e Wilson Lima devem travar uma disputa direta pela segunda vaga, enquanto Marcelo Ramos busca se reposicionar como alternativa de centro-esquerda. Plínio Valério, embora competitivo, corre o risco de perder espaço em um tabuleiro cada vez mais polarizado.
O Amazonas, mais uma vez, será palco de uma eleição onde a força do interior, o peso de Manaus e a influência nacional decidirão quem ocupará as duas cadeiras no Senado Federal a partir de 2027.
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