A verdade sobre a BR-319: Em defesa de Marina Silva da amazônia e do povo contra a hipocrisia e a destruição

A demora nas licenças da BR-319 não é responsabilidade de Marina, mas sim do modelo ultrapassado e irresponsável de quem quer empurrar uma obra dessa magnitude sem planejamento e sem cumprir a lei.

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Por Hamilton Almeida

Por Hamilton Almeida.

É hora de falar a verdade, doa a quem doer. A ministra Marina Silva não é inimiga da BR-319, nem do povo amazonense. Ela é, sim, inimiga da destruição, do desmatamento desenfreado, da grilagem, da exploração predatória e da mentira.

A demora nas licenças da BR-319 não é responsabilidade de Marina, mas sim do modelo ultrapassado e irresponsável de quem quer empurrar uma obra dessa magnitude sem planejamento e sem cumprir a lei. A legislação ambiental brasileira é clara: obras que atravessam biomas sensíveis como a Amazônia só podem ser autorizadas após rigorosos estudos de impacto ambiental e, mais ainda, com garantias concretas de proteção da floresta e dos povos que nela vivem.

E aqui está o ponto central: a liberação da BR-319 depende de compromissos e responsabilidades conjuntas dos três entes — União, Estado e Municípios. Não é só o Ministério do Meio Ambiente que tem dever. O Governo do Estado do Amazonas, na pessoa do governador Wilson Lima, precisa parar de fazer de conta que não é com ele. Enquanto posa para fotos e discursos populistas, o governo estadual faz pouco caso das suas responsabilidades, não assume as contrapartidas de criar, consolidar e proteger unidades de conservação e não estrutura órgãos de fiscalização ambiental que deveriam estar ativos e funcionando de forma eficaz.

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No Município do Careiro, vimos recentemente protestos contra as reservas ambientais. E isso não acontece por acaso. Isso acontece porque o governo estadual, junto com parte da classe política, joga a população contra as reservas, escondendo a verdade: que proteger o meio ambiente não é empecilho, é condição para que a estrada e qualquer outro projeto sejam sustentáveis, duradouros e benéficos para todos.

O povo não pode ser usado como massa de manobra! Estão colocando as comunidades para brigar contra quem defende a floresta, enquanto fazem pouco ou quase nada para resolver os verdadeiros problemas: falta de fiscalização, ausência de políticas públicas, abandono das comunidades e negligência na proteção do meio ambiente.

Marina Silva está absolutamente correta. A BR-319 só poderá ser liberada com segurança quando houver garantias claras, firmadas e documentadas de que não será um corredor aberto para a devastação. E isso só é possível com a participação efetiva, real e responsável dos governos federal, estadual e municipal.

O desenvolvimento precisa acontecer, sim. Mas um desenvolvimento que preserve, que respeite e que não destrua. Chega de discursos fáceis, chega de querer colocar o povo contra a floresta, contra as reservas e contra quem cumpre a lei.

Marina Silva não é o problema. O problema é o descaso, a hipocrisia e a má-fé de quem deveria proteger o Amazonas, mas prefere fazer jogo político com o futuro da nossa floresta, do nosso povo e do nosso planeta.

A Amazônia não aceita mais ser palco de destruição. O povo do Careiro, do Amazonas e de todo o país precisa saber a verdade. E a verdade é simples: sem responsabilidade ambiental, sem compromisso dos governos, não há estrada que dure — só destruição, fome, miséria e vergonha.

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