Essa é uma história de arrepiar: Cientistas reconstroem rosto de jovem “vampira” enterrada com cadeado no pé e foice no pescoço
Esses símbolos eram usados no sepultamento para impedir que “os monstros” voltassem do além
Da Redação do 92amz
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Por Renata Turbiani
Essa é uma história de arrepiar. Em 2022, uma equipe arqueólogos da Universidade Nicolau Copérnico de Torun, da Polônia, encontrou um esqueleto de uma jovem enterrada com um cadeado no pé e uma foice de ferro no pescoço. Esses símbolos, ao que tudo indica, eram usados nos sepultamentos de pessoas que se acreditavam ser vampiras, com o objetivo de impedir que voltassem do além.
Batizada de Zosia, a moça foi enterrada sem identificação em um campo próximo da vila de Pien, e pouco se sabia sobre a sua história. Mas, agora, graças à ciência e a tecnologia, especialistas da universidade polonesa conseguiram reconstruir a sua face e fizeram algumas descobertas.
“É realmente irônico, de certa forma. Essas pessoas que a enterraram, fizeram tudo o que podiam para evitar que ela voltasse dos mortos… nós fizemos tudo o que podíamos para trazê-la de volta à vida”, disse o arqueólogo Oscar Nilsson, à Reuters.
Usando tecnologia avançada de impressão 3D, Nilsson e sua equipe criaram uma réplica do crânio da jovem, sobre o qual construíram camadas de argila de plasticina para recriar músculos e tecidos faciais e obter um rosto realista.
A estrutura óssea ajudou a definir detalhes como a idade – ela tinha entre 18 e 20 anos quando morreu, 350 anos atrás, em meados do século XVII —, além de etnia e peso aproximado.
A análise sugere que Zosia sofria de um problema de saúde que pode ter causado desmaios e fortes dores de cabeça, além de possíveis problemas de saúde mental. E os itens com os quais foi enterrada, como um gorro de seda na cabeça, indicam que pertencia a uma família rica, possivelmente nobre.
Para Nilsson, este projeto foi uma oportunidade única de trazer a humanidade para além do estigma de monstro imposto à jovem. “É emocionante ver um rosto voltando dos mortos, especialmente quando você conhece a história”, completou ele.
Campo dos vampiros
Zosia é um dos cerca de 100 esqueletos encontrados em um campo fora da pequena vila de Pien, ao sul da cidade de Torun. O local foi chamado de “Campo dos Vampiros” porque cerca dos 30 esqueletos, incluindo o de uma criança, apresentam sinais de terem sido contidos.
Alguns corpos estavam virados de bruços, enquanto outros estavam cheios pedras. “As formas de proteção contra o retorno dos mortos incluem cortar a cabeça ou as pernas, colocar o falecido de bruços para morder o chão, queimá-lo e esmagá-lo com uma pedra”, relatou o arqueólogo Dariusz Polinski ao Daily Mail.
No entanto, apenas a jovem “vampira” tinha a foice pendurada no pescoço, sugerindo que ela era a mais temida por aqueles que a enterraram.
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